O ódio como forma de expressão
No contexto da Primeira Guerra Mundial, o ódio entre as nações foi intensamente alimentado por diferentes meios de propagação, que tinham como objetivo fortalecer o espírito nacionalista e manter a população mobilizada para o esforço de guerra.
O principal instrumento foi a propaganda estatal, usada para exaltar os valores nacionais e demonizar o inimigo. Cartazes, jornais, filmes e panfletos apresentavam os adversários como bárbaros, cruéis e desumanos, reforçando estereótipos e criando uma imagem de ameaça constante. Expressões artísticas e literárias também foram utilizadas para difundir esse sentimento de rivalidade e justificar as atrocidades cometidas no front.
Outro meio importante foi a censura, que restringia notícias negativas e impedia a circulação de informações que pudessem abalar a confiança da população. Com isso, criava-se uma narrativa única, em que a guerra era apresentada como uma luta necessária pela sobrevivência da pátria. As escolas, a igreja e outros espaços sociais também desempenharam papel na disseminação de discursos patrióticos e no incentivo ao ódio contra os “inimigos da nação”.
Além disso, a experiência direta dos soldados nas trincheiras — cercados pela morte de companheiros e pela brutalidade do inimigo — reforçava sentimentos de rancor e vingança. O mesmo acontecia entre os civis, que sofriam com bombardeios, fome e ocupações militares. Assim, o ódio era propagado tanto pelas estruturas de comunicação e poder, quanto pela própria vivência traumática da guerra.
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